Quando as ondas escavam a base da arriba esta torna-se instável devido ao aumento de declive e à instabilidade provocada pelo sub-escavamento. Essa instabilidade induz movimentos de massa de diversos tipos (queda de blocos, deslizamentos e fluxos de detritos). A forma e a intensidade desses movimentos depende muito do tipo de rocha e da respectiva estrutura, bem como do clima que pode facilitar ou não certos tipos de meteorização (química nos climas tropicais, mecânica nos climas frios e áridos).
Os movimentos de massa espalham detritos na base da arriba, o que significa que a erosão não pode continuar enquanto eles não tiverem sido transformados em materiais transportáveis pelas ondas e correntes litorais.
Quando as ondas batem na face da arriba, há uma força compressiva que actua perpendicularmente à arriba. Se a arriba tem fracturas, o ar situado nos interstícios é violentamente comprimido. Quando a onda recua, dá-se um processo de descompressão. Desta forma os interstícios da rocha são alargados e a rocha vai-se fragmentando por um processo de arranque. A Descompressão que ocorre no refluxo da onda ajuda ainda a transportar os materiais desagregados.
As ondas, armadas com os detritos arrancados à arriba vêem a sua força aumentada. Deste modo, os choques destes materiais com as rochas vão contribuir para o arranque de partículas de diversos tamanhos. Este processo acaba por produzir um polimento característico na superfície das rochas.
A força de ataque da onda ocorre quase instantaneamente , mas, ao contrário de forças actuantes noutros ambientes, sofre mudanças cíclicas de acordo com a amplitude das marés.
É difícil quantificar os resultados da acção das ondas sobre rochas com descontinuidades (devidas à estratificação, xistosidade ou tectónica) e ainda menos determinar de forma quantitativa a importância do tipo e grau de meteorização das rochas na definição da velocidade de recuo das arribas. É de esperar, todavia, que um ataque cíclico, como aquele a que são submetidas as rochas no ambiente costeiro, intensifique a fadiga das rochas e diminua a sua resistência.
O uso de modelos de laboratório esbarra com algumas dificuldades. Não é fácil criar um produto que, em ambiente de laboratório, tenha um comportamento semelhante ao das rochas num ambiente natural. Todavia, o uso de areia cimentada tem dado bons resultados. Mais difícil ainda é modelizar as descontinuidades existentes nas rochas. Mesmo em plataformas de erosão marinha cobertas normalmente por praias, se uma tempestade arrastar as areias, as ondas podem atingir a arriba que se torna temporariamente activa e pode sofrer um recuo apreciável, desde que seja constituída por rocha pouco resistente.
Monday, April 16, 2007
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1 comment:
muito bom mesmo :D
estava mesmo à procura disto
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